Existem registos escritos sobre coelhos na China desde o período pré-Qin. A partir do período pré-Qin, ou mesmo antes, as pessoas começaram a caçar coelhos selvagens e a importar coelhos bravos através da Rota da Seda, que foram domesticados, criando-os em gaiolas. Actualmente, os coelhos domésticos brancos são os mais comuns, mas na antiguidade os coelhos brancos eram extremamente raros e considerados um símbolo de auspiciosidade. No entanto, pelo facto dos coelhos serem altamente férteis, após os coelhos selvagens terem sido domesticados, o estatuto dos coelhos brancos diminuiu. Devido à sua natureza prolífica, o coelho é considerado o deus da fertilidade no folclore chinês. O coelho é o quarto no zodíaco chinês, e o seu ramo terrestre correspondente é “Mao”.
O Coelho de Jade é o coelho mais famoso da China e aparece na maioria das imagens da Dinastia Han, juntamente com sapos. Antes dos meados da dinastia Han Oriental, o Coelho da Lua era quase sempre representado a correr, só em meados e finais da dinastia Han Oriental é que o coelho medicinal tomou o seu lugar. Após a dinastia Tang, o “Coelho de Jade a Maçar Remédios” tornar-se-ia mais comum na China, e a confusão gradual entre os dois foi provavelmente influenciada pela história de que Chang'e roubara o elixir da imortalidade do Xiwangmu e escapara para a lua. Em 1999, os Correios da Ilha de Natal emitiram um bloco com um par de selos. Ao luar, pode ver-se vagamente a imagem de um coelho a maçar remédios sob uma árvore de osmanteus, o que coincide habilmente com as imagens dos selos “Coelho a Correr na Lua” e “Coelho a Maçar Remédios”. Em 2023, os Correios da Ilha do Natal emitiram outro bloco do Ano do Coelho, desenhada por Chrissy Lau, com uma representação em desenho animado de coelhos como personagens dos três imortais da Fortuna, Prosperidade e Longevidade.
A folha de selos “Caligrfia Eto”, emitida pelos Correios do Japão em 2011 para o Ano do Coelho, apresenta dez selos de 80 ienes cada, tendo como pano de fundo a imagem do “Coelho no Jardim Equiseto”, pintado pelo famoso desenhador Maruyama Ōkyo do período Edo. Nos selos, os caracteres “Mao”, “Xin-Mao” ou “Coelho” foram escritos em escrita de osso de oráculo, escrita de selo, escrita clerical, escrita corrente ou escrita normal por diferentes calígrafos, respectivamente. No mesmo ano, os Correios canadianos emitiram um bloco do Ano do Coelho. O desenhador inspirou-se nos tradicionais bordados chineses e medalhão circular, com dois coelhos saltitantes bordados num padrão circular, reflectindo um forte estilo chinês.
Desenhada por Martin Morck, o bloco de 2022 dos Correios de Åland mostra uma lebre a passear entre as casas da aldeia de veraneio de Hafsveden, em Gaeta, no norte de Aurland, com vistas panorâmicas sobre o mar. Os Correios da Ilha de Man também emitiram um conjunto de quatro selos em 2023, com um coelho branco sobre fundo vermelho, um desenho de linhas simples, que realça a fusão da modernidade e da tradição com apenas alguns traços, e o nome do desenhador na margem da folha de selos.
Em 2007, os CTT Macau emitiram os selos “Ciência e Tecnologia - A Razão Dourada”, um dos quais ilustra a sequência de coelhos. O matemático italiano Leonardo Fibonacci escreveu “Liber abaci” (O Livro do Ábaco) no início do século XIII, colocando uma questão interessante sobre a reprodução do coelho, que inclui três pressupostos: 1. Coelhos bebés podem crescer e tornam-se coelhos grandes dois meses após o nascimento e dar à luz coelhos bebés. 2. As coelhas férteis podem dar à luz um par de coelhos todos os meses, um macho e uma fêmea. 3. O coelho nunca morre. Se há um par de coelhos recém-nascidos agora, quantos pares de coelhos haverá num ano?
Os CTT Macau lançaram tambémem 2001 uma carteirinha “Seng Yu – Provérios”, desenhada por Lio Man Cheong. Um dos selos “À Espera de Coelhos sob a Árvore” é de “Han Feizi – Cinco Vermes”, que conta a história de um agricultor que, enquanto lavra, descobre um coelho morto acidentalmente por uma pancada. Deixa então de cultivar e passa a sentar-se todos os dias debaixo de uma árvore à espera que outro coelho seja morto. Infelizmente, as coisas não correm como ele esperava e acaba por morrer à fome. Esta história alerta-nos para o facto de termos de trabalhar arduamente e perseverar para obter resultados, em vez de confiarmos na sorte ou no acaso.
Em 2000, os Correios da Papua-Nova Guiné emitiram um bloco do Ano do Coelho com quatro selos, representando quatro coelhos a rastejar, saltar, a aparecer e esconder-se num jardim, embora não seja tão significativo como “A Lebre e a Tartaruga”. Em 1991, os Correios do Japão emitiram uma versão local de um selo emitido na prefeitura de Gunma, Japão, onde a lebre descansa e a dorme enquanto a tartaruga continua a rastejar e passar por ela. Em 2023, os Correios da Tailândia emitiram um selo do Ano do Coelho, da autoria da própria Princesa Sirindhorn, com o coelho e a tartaruga como protagonistas. A história de “A Lebre e a Tartaruga ” demonstra que trabalho ardúo e perseverança até ao fim levam ao sucesso.
Porque é que o Coelho do zodíaco chinês se transformou num Gato no Vietname? A verdadeira razão ainda não foi verificada mas, segundo a lenda, quando a cronologia dos doze zodíacos foi introduzida pela primeira vez no Vietname, a pronúncia chinesa de “Mao” como em “Mao - Coelho” era bastante semelhante a “Gato”. Por conseguinte, o “Ano de Mao” foi erradamente pronunciado como “Ano do Gato” na transmissão oral, o que se manteve até aos dias de hoje.
Em 1999, os Correios do Vietname emitiram pela segunda vez selos do zodíaco “Ano do Gato”, tendo os gatos como estrelas. Entre eles, encontramos gatos antropomórficos vestidos com trajes nacionais vietnamitas e as palavras “ Ano do Gato”, em vietnamita e inglês, impressas nos selos e blocos. A marca postal comemorativo do primeiro dia de emissão também apresenta o rosto de um gato. Posteriormente, os selos do zodíaco “Ano do Gato” de 2010 foram desenhados num estilo de corte de papel, mostrando um gato de pé e um gato deitado. Os gatos, no bloco e nos postais máximos lançados em 2022, são apresentados em estilo cartoon, representando dois gatinhos abraçados a uma mãe gata e um gato cor-de-rosa a curvar-se para pegar num envelope vermelho.
©2025 Communications Museum of Macao, CTT